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Exposição “LABINAC: O que sempre fizemos”

Assinadas pela artista Maria Thereza Alves, fundadora do coletivo de design alemão LABINAC, as peças provocam questionamentos filosóficos e ambientais – Exposição “LABINAC: O que sempre fizemos”

De 25 de novembro a 24 de fevereiro de 2024, a Galeria Jaqueline Martins e a Casa Zalszupin – casa museu idealizada por Lissa Carmona sob gestão conjunta da ETEL e Almeida & Dale Galeria de Arte sediam a exposição concomitante e complementar “LABINAC: O que sempre fizemos”, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, que provoca e desafia em ambos os contextos da residência de Jorge Zalszupin ao ambiente asséptico da galeria de arte os limites entre arte e design.

O coletivo de design foi fundado em Berlim pelos artistas Maria Thereza Alves e Jimmie Durham (1940-2021). Composto também por artistas e designers convidados, o LABINAC dedica seu tempo em defesa dos direitos e da cultura dos povos originários, atuando como um coletivo de design com o duplo objetivo de desenhar e fazer coisas e apoiar o trabalho artesanal dos povos indígenas da América Latina.

Em parceria com a ETEL, a fundadora e artista Maria Thereza Alves criou duas mesas laterais e propôs duas intervenções em reedições das cadeiras Jockey e Itamaraty assinadas por Jorge Zalszupin, como parte das suas séries “Advice from Bem Te Vi” ou “Conselho do Bem-Te-Vi”, um chamado para perceber o nosso entorno. Com a intervenção fluida de um elemento, Alves apresenta um sistema de conhecimento e interação diferente com a cadeira. A colocação de uma perna extra saliente na frente chama a nossa atenção para a nossa perna, a cadeira, o chão e introduz uma complexidade aos nossos sentidos e, portanto, ao movimento dos nossos corpos à medida que saímos da nossa zona de conforto.

Para as duas mesas laterais, Alves estudou a flora invasora ao longo da antiga margem do rio Saracura, em São Paulo. Foi ao Quilombo Caçandoca em Ubatuba para estudos mais aprofundados e coletou sementes e folhas da flora invasora da Mata Atlântica como: Jaca, Amendoeira de Praia, Abricó da Praia, Cana do Reino e outras que foram matéria prima das experimentações para o desenvolvimento das peças com a ETEL.

Do reaproveitamento de matéria prima da marcenaria da ETEL, e da coleta desse material orgânico nas margens do rio e do Quilombo, nasceu o primeiro par de uma série de mesas denúncia, com tampo de resina 70% de origem renovável e aglutinado com esses materiais coletados.

Desenvolvido a partir do modelo anteriormente idealizado pela ETEL para a coleção da Patricia Urquiola, os tampos contaram com a expertise e excelência da Vallvé, referência em inovação e tecnologia quando tratamos de resinas, e que contribuiu para que o material ganhasse mais uma camada em sua complexidade, com uma nova estética, pesquisa e questionamento em parceria com Maria Thereza.

Segundo o curador Jacopo Crivelli, em “LABINAC: O que sempre fizemos”, o espectador é convidado a questionar iniciativas estereotipadas em um entendimento da vida como uma coreografia de movimentos e pausas: “[…] o que mais imediatamente caracteriza essas pausas, que para pessoas e povos sob constante ameaça se tornam frequentemente temporárias, é a construção de uma casa e, principalmente, do que nos faz sentir em casa: ‘uma cadeira, uma mesa, uma lâmpada, um vaso”.

Serviço Casa Zalszupin
Exposição ‘’O que sempre fizemos’’, assinada pelo coletivo de design LABINAC, de Berlim.
25 de novembro à 24 de fevereiro de 2024
De terça a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados das 14h às 16h, sem estacionamento
Fechados domingo e segunda-feira
Ingressos: gratuitos mediante agendamento prévio no site Jardim Europa – SP

Serviço Galeria Jaqueline Martins
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 443 01221 020 — São Paulo, Brasil Terça a sexta, das 10h às 19h
Sábados, das 12h às 17h

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