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Fabio Maca: O papel da caligrafia artística

Muito mais do que a técnica, Fabio Maca defende uma linguagem mais pessoal na composição das letras.

Por Eliana Castro

Fotos: Bruno Lemos / @BMLEMOS

No papel, as palavras, as frases e os textos podem ganhar significados que vão muito além do que se pretende comunicar. A espessura dos traços, bem como o desenho e a intensidade com que se pressiona a letra contra o papel, também pode traduzir – ou esconder – sentimentos que estão naquilo que se escreve, sendo uma expressão artística. E é por isso que a caligrafia, antes muito associada a convites de casamento, vem se tornando cada vez mais reconhecida como uma profissão que trabalha com o design das letras.

“Apesar de o aprendizado técnico ser o mesmo, cada calígrafo vai desenvolver seu estilo, porque é uma linguagem de muitas interpretações. Não se trata de técnica pura. A gente aprende a técnica para depois subvertê-la e criar a nossa própria estética”, explica Fabio Maca, calígrafo designer, com trabalhos feitos para marcas e empresas e com uma produção mais pessoal, como a criação de quadros, além de desenvolver a caligrafia para pessoas que desejam tatuar nomes, frases e palavras.

Como é de esperar, o papel é o principal suporte do calígrafo. Um dos aspectos mais importantes para Maca é que ele não enrugue nem durante nem depois do processo de escrita. Por isso, assim como o artista plástico examina a tela, ele procura estudar qual será a base que vai receber o trabalho. “Eu prefiro papéis com pelo menos 300g, que é mais resistente, aguenta melhor a tinta e dá um resultado mais importante”, conta. “Tem ainda os papéis caríssimos, feitos de fibra de algodão, que são macios e recebem melhor a tinta, que fica mais concentrada. Esses, eu adoro!”

Apesar dessas preferências, Maca explica que um papel rugoso, em que a caneta vai empacar – ou um acetinado, que não vai chupar tanto a tinta, ou ainda um mais permeável, em que a tinta vai se espalhar pelos poros, dando o aspecto de manchado –, pode ser interessante, dependendo do que se espera obter.

Além do papel, a escolha entre usar penas e pincéis, bem como guache, nanquim, acrílica ou outro tipo de tinta, é essencial para que a caligrafia consiga expressar exatamente o que é desejado. “Eu uso com muita frequência canetas esferográficas e de ponta porosa”, afirma.

“Sou um defensor de uma caligrafia menos técnica, que se baseia em uma linguagem à qual tivemos acesso quando fomos alfabetizados. Todos nós temos uma estética particular, mas depois a gente esquece a nossa letra. Com o meu trabalho, eu pretendo fazer o resgate dessa caligrafia mais pessoal e menos técnica, porque acredito que ela fale muito sobre nossa essência. E está aí a sua beleza.”

“Sou um defensor de uma caligrafia menos técnica, que se baseia em uma linguagem à qual tivemos acesso quando fomos alfabetizados. Todos nós temos uma estética particular, mas depois a gente esquece a nossa letra. Com o meu trabalho, eu pretendo fazer o resgate dessa caligrafia mais pessoal e menos técnica, porque acredito que ela fale muito sobre nossa essência. E está aí a sua beleza.”

Confira o vídeo sobre o trabalho de Fabio Maca:

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