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Profissão: Luthier

Referência no setor no Brasil, Rogério Fagundes Neto é “artesão e artista” na hora de fabricar instrumentos musicais.

Por Eliana Castro | Fotos: Divulgação

O design está presente no dia a dia de Rogério Fagundes Neto. Luthier desde os 16 anos (hoje ele está com 35), ele diz que na sua profissão é preciso conjugar a beleza estética com a parte funcional dos instrumentos.

O mais importante para ele, assim como no trabalho dos designers, é saber interpretar o material. “É preciso ser artesão e artista para construir um bom instrumento musical. Conhecer a resistência do material e a espessura ideal do instrumento para ter uma boa acústica e atender às exigências dos músicos”, afirma o profissional, que viaja à Europa para escolher as melhores madeiras, geralmente vindas do norte da Itália.

Rogério, que também toca violino desde a adolescência, explica que não há a necessidade de ser músico para se tornar um bom luthier. “Mas ajuda bastante porque o profissional pode ir experimentando à medida que o trabalho evolui. Quem não toca precisa chamar um músico para fazer os testes”, completa.

“É preciso conhecer a resistência do material, a espessura ideal do instrumento para ter uma boa acústica e atender às exigências dos músicos.”

O encontro de Rogério com a luteria não foi algo exatamente planejado. Quando garoto, via seu tio, o artista Antonio Nóbrega, tocando rabeca nos palcos e sonhava em ter uma, até que surgiu a oportunidade de fazer um curso de construção do instrumento. Nóbrega se empolgou com o sobrinho e o apresentou ao luthier Saulo Dantas, que havia feito um curso em Cremona, Itália.

Rapidamente, Rogério se matriculou em aulas de italiano e foi pesquisar sobre a escola de Cremona, na Italia, onde nasceu Antonio Stradivari e que criou os perfeitos Stradivarius. Fez a viagem e, de volta ao Brasil, abriu a Rogério Fagundes Luteria.

Com o trabalho aumentando, chamou o irmão caçula, Fernando, para ajudar nos restauros e na construção dos instrumentos. No início, o irmão teve as primeiras lições com Rogério, mas depois seguiu o mesmo curso na Itália. O último a se juntar à dupla foi o irmão mais velho, Luciano, que é o responsável pelo setor especializado em arcos.

Atualmente Rogério é um dos mais conceituados luthiers brasileiros. Entre os clientes da Luteria Fagundes estão os spallas Pablo de León, da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, e Ricardo Amado, da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

“O encontro com o Saulo foi o encontro com a minha profissão. Na hora, senti que um portal havia sido aberto para mim”, lembra. “Decidi que era o que desejava fazer pelo resto da vida.”

Confira o vídeo com o trabalho dos irmãos Fagundes:

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