A Galeria MaPa tem o prazer de anunciar a exibição da artista Eva Soban, nome indispensável da arte têxtil.
De origem eslava, sua obra esteve permeada pela pesquisa em fibras e novos materiais que lhe concedem maior plasticidade, textura e volume às superfícies têxteis. Agregando narrativas e enlaces com a poética das artes visuais, Soban foi uma das figuras centrais da tapeçaria como atividade institucional entre meados da década de 1970 e começo dos anos 1980, impulsionado pelo MAM-SP. Junto com Norberto Nicola e Jacques Douchez, ela explora o desdobramento tridimensional dessas superfícies tramadas, ou como se convencionou em chamar, “forma tecida”. Forma que após o impulso inicial resultou em um resgate das técnicas do crochê, macramê e da costura, que irão prevalecer em seu trabalho. Desde um apelo ao feminino sua obra conflui em um diálogo com os mitos que incluem essa arte como primeiro gesto, como afazer ritualístico e ancestral.
Tramas são parte de um argumento cíclico, de um mito que ganha corpo no espaço. Da ação de reiterar e de esculpir com os fios de polipropileno, com as fitas de crachá ou com os fios metálicos surgem uma imagem como “Signo Ascendente”. Adota a força lírica dos traços que desenham ancorados nos dizeres do feminino e na simplicidade e na síntese do imaginário. Reunindo algumas das principais instalações com as quais Eva participou das Trienais de Tapeçaria realizadas em São Paulo e das Bienais Internacionais realizadas na última década em México, Montevideo e Madri, a exposição contempla o mais relevante de sua trajetória que intensifica após ganhar o Prêmio Estimulo na segunda Trienal de Tapeçaria em 1979. Inspirações, cortes, vazados, apropriações, aglomerados de maior volume, são algumas das características com que a obra de Soban vem somar à arte têxtil.
Uma arte que resume a pluralidade e a maleabilidade da poética dos artistas de “ateliê”.
Xenia Bergman, curadora.
Desde meados dos anos setenta Eva Soban acompanha o movimento de institucionalização da tapeçaria como arte após o país vivenciar uma renovação nas ideias de Burle Marx e outros nomes do modernismo trabalhá-la como um todo integrado com a arquitetura. Ela foi uma peça chave da renovação das técnicas tradicionais junto a Norberto Nicola e Jacques Douchez. Em 1976 Eva participa de I Trienal de Tapeçaria em Museu de Arte Brasileira (MAB). No marco da II Trienal de Tapeçaria (MAM -SP), em 1979 ganha o Prêmio Estímulo. Em 1980 participa da coletiva dedicada à Arte Plumária/ Tapeçaria no MAM-SP. Escalda como artista e como membro da Comissão Organizadora e Júri participa em 1982 da III Trienal de Tapeçaria (MAM-SP). Ness mostra a Crítica lhe concede destaque à obra “Alquimia” por sintetizar técnicas do tear manual, e outras textura provenientes das fibras naturais, que eram sonoplastias a partir do têxtil no entrelaçamento com o cotidiano
Dentre as exposições das últimas décadas destacam-se “Floresta Negra” no Museu Afro-Brasil, onde ela incorpora novas técnicas como o crochê e a costura de novos materiais. Em 2014 Soban é artista convidada a Bienal Internacional de Arte Têxtil em Uruguai, onde leva a obra-instalação “Mitos Vazios” ( 2014). Dois anos depois ela participa com a obra “Cartas de Amor” na Bienal Internacional em Madri. Em 2017 ela participa de Ciclo de Debates sobre arte têxtil, celebrado em Uruguai. Em 2021 ela inaugura com curadoria de Denise Mattar a expo “O Genesis segundo Eva “ no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
SERVIÇO
Galeria MaPa – R. Costa, 31 – Consolação, São Paulo, Brasil – 01304-010
Até o dia 20/06/24