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TRAMAS SURREALISTAS

Dizem que cabeça vazia é oficina do diabo. Mas Luiza Caldari está aí para desmentir essa crença popular. Formada em estilismo pela Santa Marcelina, em 2012 ela se mudou de São Paulo para Jaraguá do Sul, Santa Catarina, para trabalhar na Colcci, grife de moda. “Lá, a vida é calma e os horários são diferentes do que havia me acostumado. Meu expediente terminava às seis da tarde, e eu chegava em casa e ficava me perguntando o que fazer”, conta. TRAMAS SURREALISTAS!

Foi então que começou a pesquisar até se apaixonar por tear. “Sempre gostei de trabalhos manuais. Meu avô pintava e ensinava os netos, minha mãe bordava e eu, aos 13 anos, entrei para uma escola de corte e costura”, lembra. Na época em que decidiu aprender tear, estava namorando o atual marido e pediu a ele que montasse o equipamento. “Comecei de forma muito despretensiosa: aprendi sozinha a técnica e não colocava muita pressão em venda. E, talvez, por eu enxergar aquilo como hobby, fui encontrando identidades para meu trabalho”, diz. Claro que sua formação em moda influenciou e influencia o que faz. “As cores são o ponto mais importante do meu trabalho. Sou uma pessoa colorida por dentro, vivo em universo lúdico e surrealista, e deixei que isso ganhasse espaço na minha arte”.

Em 2014, Luiza participou da MADE pela primeira vez e aí pôde constatar a força do seu trabalho. Passou a estudar mais sobre arte e tem focado na sua veia artística, já que há quase dois anos parou com a moda. “Antigamente, eu pensava em peças soltas. Agora, tenho pensado mais em séries.” São peças em tear e tufting gun que ela está extrapolando das paredes para objetos decorativos, como luminárias e poltronas. “Embora eu esteja empolgada, não gosto de emendar um trabalho em outro. Então, quando faço uma mostra, procuro dar um tempo antes de engatar em outra exposição ou projeto. Na moda, essa questão das temporadas é bastante estressante, mas é um trabalho industrial. Mas, na arte, a gente precisar parar, pensar e respirar. Estou adorando isso”.

// Foto: © Divulgação
// Vídeo: © Bruno Lemos

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