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Exposição de Danilo Blanco “Cadeiras, janelas e raios de sol”


A nova exposição de Danilo Blanco, com curadoria e texto de Rubens Fernandes Junior, apresenta obras trabalhadas em marchetaria contemporânea produzida com lâminas de madeira.

“Cadeiras, janelas e raios de sol” traz peças em diversos formatos, incluindo um políptico composto por 28 peças representando o tradicional jogo de dominó em formato gigante. Um destaque da exposição é a série “As cadeiras que não fiz”, composta por mais de 50 cadeirinhas trabalhadas em arame de cobre e latão, desenvolvidas em colaboração com artesãos nômades da região central de São Paulo, onde Danilo mantém seu estúdio.

 

O aspecto social que envolve a produção de Danilo Blanco se evidência ainda mais em “As cadeiras que não fiz”, exposta com exclusividade no Espaço Fundação Stickel. Nesta produção colaborativa, que valoriza o trabalho dos artesãos, é fácil perceber o prazer com que essas cadeirinhas foram produzidas a partir de uma breve instrução – apenas a palavra cadeira.

SOBRE DANILO BLANCO

Danilo Blanco é artista, designer de superfície e educador social. Trabalha com marchetaria, uma arte milenar que exige o conhecimento de um léxico específico, ou seja, um amplo repertório de materiais e de um ferramental próprio.

Ao longo de sua trajetória, Danilo investiu e trabalhou muito para dar visibilidade à sua arte, já que muitos o identificavam como um artesão. Não que isso o incomodasse, ele nunca confundiu as palavras e seus significados. Afinal, artista e artesão têm a mesma raiz – a palavra que vem do latim ars, que corresponde ao termo grego techne. Em sentido estrito, ofício, ciência. A palavra techne está relacionada a tudo que se refere à transmissão do conhecimento e, muitas vezes, está associada com beleza.

 

Com a sabedoria de um oriental, Danilo articulou sua produção artística em sintonia com suas atividades na área da educação e na sua relação cotidiana com os amigos artesãos. Essas conexões alimentam sua alma e criam uma espécie de armadura para enfrentar os diferentes comentários sobre sua versatilidade diante dos mesmos materiais – as finas e delicadas lâminas de madeira, de múltiplas cores e texturas.

 

Em relação à marchetaria, seu interesse se concentra no geométrico abstrato, daí seu senso atávico de organização no momento da criação. Por outro lado, sua atenta observação durante suas oficinas com jovens e adultos, bem como sua especial atenção dedicada aos trabalhos dos nômades artesãos que ocupam os diferentes territórios da metrópole paulistana, trazem um incrível frescor visual.

Em relação às cadeiras aqui expostas, Danilo buscou trabalhar e valorizar o trabalho desses artesãos. A partir de uma breve instrução, apenas a palavra cadeira – ele encomendou dos artesãos que circulam pela Praça da República, próxima do seu ateliê, e da Avenida Paulista, esse conjunto aqui apresentado. É interessante observar que o objeto foi construído em diversos materiais e com formas distintas. Quando penso em “cadeira”, em qual “cadeira”, você que nos lê, está pensando? Provavelmente, ela está aqui representada.

 

Indiscutivelmente, identificamos muitos talentos nessas cadeiras idealizadas pelos “artistas de rua”, tipos identificados socialmente como “feios, sujos e malvados”, uma referência explícita ao título do memorável filme do diretor italiano Ettore Scola, de 1976.

SERVIÇO
EXPOSIÇÃO: Cadeiras, janelas e raios de sol de Danilo Blanco
VISITAÇÃO: até 15 de junho
de terça a sexta das 10h às 18h
sábados das 11h às 15h
LOCAL: Espaço Fundação Stickel
Rua Nova Cidade, 195
Vila Olímpia São Paulo SP
GRATUITO
REALIZAÇÃO: Fundação Stickel

Crédito Fotos : Lucas Cruz

 

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