Design é o reflexo da capacidade do ser humano de aprender continuamente. Ele acompanha as transformações dos hábitos da humanidade e os avanços tecnológicos, sendo um importante meio de reinvenção. Necessidades são criadas constantemente e o design é peça-chave na nossa evolução. Ao mesmo tempo em que a sociedade vai se repensando, o design – com seu poder de conceber soluções – possibilita que nos tornemos melhores.
O design é também uma poderosa ferramenta de democratização. As peças de design que um dia foram exclusivas e inalcançáveis para muitos, com o tempo se tornam referência para objetos simples e acessíveis. Essa é a capacidade máxima do design: transformar uma peça única desenhada por algum criativo em um produto que mais pessoas possam consumir. Esse é um conceito que vem desde a Bauhaus. A escola acreditava na democratização dos avanços tecnológicos e das infinitas possibilidades da vida moderna.
Usemos como exemplo a luminária Arco, dos irmãos Castiglioni. Lá em 1962, quando foi desenhada, a peça lindíssima era uma inovação estilística, feita apenas na Itália pela Flos. Não era acessível para qualquer pessoa. Hoje, a ideia do arco curvo saindo de uma base de mármore – concebida para resolver o problema prático de libertar as luminárias do teto e ainda assim lançar seus fachos de luz a longas distâncias – tornou-se uma referência para o desenho de produtos que todos podemos ter em casa graças à força do design.

Voltemos à luminária Arco. Se não fossem os avanços culturais e tecnológicos dos últimos anos, ela não precisaria ser recriada. Seu design original era mais do que suficiente para resolver as questões da época brilhantemente. Porém, com o passar do tempo, o mundo evoluiu, a energia por indução chegou, foram desenvolvidos novos tipos de lâmpadas e tornou-se possível e necessário projetar luminárias mais modernas que atendessem às demandas vigentes da sociedade. Essa é a maravilha do design: as possibilidades de criação e recriação são infinitas à medida que se renovam a cada dia com os avanços e transformações do mundo moderno. Exatamente por isso, ele é uma espécie de representação do potencial do ser humano de evoluir continuamente.
Alex Lipszyc é Arquiteto e Urbanista com pós-graduação em Marketing, Design e Comunicação, além de especialização em Pedagogia Antroposófica. Com mais de 40 anos de experiência dedicados à educação, sua trajetória é marcada pelo comprometimento com a formação de profissionais críticos, criativos e tecnicamente preparados nas áreas de Arte e Design. Reconhecido por sua atuação em projetos pedagógicos inovadores, gestão acadêmica e incentivo à criatividade, sempre foi motivado pelos desafios de desenvolver projetos voltados para uma sociedade contemporânea.


















