Maior liberdade criativa e sustentabilidade são os principais pontos positivos da técnica.
Por Bruna Galvão
A estamparia digital tem uma rainha: Mary Katrantzou. Aos 39 anos, a designer grega encabeça, atualmente, as estampas de estilo trompe l’oeil, em que a ilusão de ótica e o abuso de cores são os pontos fortes.
Aliás, a liberdade criativa e a utilização de uma infinita gama de cores são apenas duas das vantagens da estamparia digital, cujo mercado está em expansão mundialmente. Conhecida como “jato de tinta”, essa técnica é produzida por uma máquina semelhante à impressora, que utiliza cartuchos com tintas especiais para transferir a imagem do computador para a base têxtil. A alta qualidade de definição da imagem lembra uma fotografia, o que possibilita a construção de estampas muito contemporâneas – daí o sucesso de Katrantzou.
“Também não há limite para a quantidade a ser estampada, o que abre possibilidades para pequenas produções e projetos extremamente personalizados”, comenta a designer, educadora e artista visual Camilla Bologna, especializada na área.
A estamparia digital é altamente sustentável: não gera resíduos. No processo artesanal, os potes de tinta que sobram e acabam secando com o tempo são jogados no lixo e os produtos químicos usados no processo, muitas vezes descartados inadequadamente, contaminam o meio ambiente. Além disso, no processo digital a quantidade de água utilizada é bem menor.
Composição
Como os recursos são inúmeros no momento de criar uma estampa digital, além dos programas usados para o desenvolvimento de ilustração vetorial, como o Ilustrator e o CorelDraw, e para a edição de imagens, caso do Photoshop, o designer de estampas pode mesclar a técnica digital com alguma técnica artesanal no momento da composição.
É o caso das irmãs Débora e Lilian Kavalieris, designers da DLKG Studio, em São Paulo, que trazem a brasilidade para suas estampas com desenhos à mão livre feitos com tintas, canetas, carvão, grafite e lápis de cor, cuja finalização se dá no Photoshop. O resultado é aplicado em tecidos corridos de peças da marca, como pareôs, quimonos e lenços.
Optar por processos manuais na estamparia digital é uma forma de agregar valor ao produto. “Lembro que cada técnica tem vantagens e qualidades já estabelecidas no mercado. Então, conhecer os diversos métodos de estamparia e escolher qual o mais indicado para determinado projeto ou produto faz parte do dia a dia do designer de padrões”, explica Camilla Bologna.
Porém a especialista frisa que o designer de padrões precisa dominar a técnica de construção do Rapport, um efeito que possibilita a repetição, a continuidade e o preenchimento da imagem ao longo da superfície têxtil.
Quer aprender a técnica?
De 20 a 23 de julho, São Paulo recebe a FuturePrint, a feira mais importante da América Latina para os mercados de serigrafia, sign e impressão têxtil. O evento, que ocorre na Expo Center Norte, é gratuito.
Essa edição conta com palestras sobre tendência, tecnologia e criatividade têxtil. Entre os embaixadores está Camilla Bologna, que abordará a temática do designer de superfícies e estampas exclusivas.
Saiba mais sobre o evento em @feirafutureprint